Hoje li em algum
lugar o verso de Vinicius de Morais; “A vida é a arte do encontro embora haja
tanto desencontro pela vida” ; me lembrei de um encontro inesperado e inusitado
que aconteceu há quase 38 anos, no dia do meu casamento....
Meus pais
tiveram um longo e feliz casamento, uma relação que beirava a perfeição; muito
unidos só se separaram com o inevitável da morte e por pouco tempo, pois um não
suportou a ausência do outro. Meu pai foi o único namorado de minha mãe; no
entanto ele quase uma década mais velho do que ela, teve pelo menos mais uma
namorada, e eu a conheci.
Casei num domingo
ao meio dia, e aos moldes dos casamentos das moças casadoiras, das famílias da
pequena Herculândia do início dos anos setenta. Igreja decorada e noiva idem; o
toque de ousadia, e tinha que ter, foi a cor do vestido da noiva; amarelo. Padrinhos,
convidados, bolo enorme e verdadeiro em toda sua extensão, docinhos miúdos e a
famosa bala de côco enrolada em papel crepom e ...churrasco. Festa no barracão
da olaria São José pertencente ao meu sogro, no Barro Preto. Convidados
chegavam até em carrocerias de caminhão...desconfio que a cidade toda.
Penetras? Claro! E muito bem recebidos! A própria família servia os convidados; soube que um não-
convidado disse à um dos “garçons”:_”Me sirva bem porque eu sou primo do
noivo”.E ouviu a resposta;_”Muito prazer; eu sou o tio do noivo”. E o tio Neno,
serviu muito bem o primo desconhecido. O casamento civil aconteceu no dia anterior no cartório de
Registro Civil Cesar Geres, mas os noivos só eram considerados casados depois
da cerimônia religiosa. No sábado depois do "papel passado", houve uma recepção
na casa dos meus pais para os padrinhos e familiares, resultando na casa
repleta.
Minha cunhada Lycia, irmã de meu
marido, estava noiva de um jovem médico, hoje seu marido Fernando, que residia
em Adamantina e trabalhava em Herculândia; ele e seus pais, Dona Francisca e o
Sr Joaquim Jacinto, foram convidados para as duas recepções. Durante a recepção
na casa dos meus pais, depois de apresentadas, Dona Francisca conversava
animadamente com minha mãe em meio a algazarra da espanholada quando
descobriram que ambas haviam morado na mesma cidade quando muito jovens, e seus
maridos também; em Catanduva._” De que família são vocês”, perguntou Dona
Francisca à minha mãe. _”Eu sou Gasquez e meu marido é Marin Viscaino” “Qual
deles? “ pergunta Dona Francisca. _”O José” E Dona Francisca diz em alto e bom
tom;”O José Marin Viscaino foi meu namorado”...Silêncio na sala.....Silêncio
quebrado pela gargalhada de minha mãe que foi seguida por todos nós. E o melhor
veio a seguir quando descobriram que o senhor Joaquim fora um grande amigo de
meu pai e seus irmãos, em sua juventude. Houve uma enorme confraternização
entre os amigos que não se viam há cerca de quarenta anos.Infelizmente nenhum deles está mais aqui pra confirmar esta história.
O Poetinha estava certo....Avida é a arte do encontro......
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OBRIGADA ROSINHA POR SER MINHA AMIGA ,POIS ALÉM DESSA GRAÇA DE DEUS,AINDA ENRIQUECE MEU BLOGUINHO,QUE INSISTO EM MANTER VIVO...... |
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