domingo, 15 de junho de 2014

ANIVERSÁRIO DA NOSSA QUERIDA AMIGA ROSA MARIN EMED E ELA NOS PRESENTEIA.......

Pertenço à geração da “terceira idade”, idosa, deixei de equivaler à duas de vinte (duas de trinta e um e meio?), veterana, coroa, experiente, gatosa, pós graduada em ser filha, mãe, avó....Velha nunca; velha lembra coisa , e coisa inútil. Prefiro acreditar que já vivi muito; o tempo fez suas trocas, algumas cruéis outras generosas. Sofri as perdas inevitáveis da vida que se prolonga, mas juro que jamais perderei o bom humor...
Sessenta e três não é pouca coisa, mas confesso que muitas vezes ainda me sinto a temporão de casa, a irmãzinha dos irmãos mais velhos, uma das meninas da turma da faculdade, a namoradinha do marido, a Rosinha dos Marin ou do Luizinho.... Felizmente mantenho a curiosidade, o gosto pelo aprender, a alegria juvenil pela descoberta; com a grande vantagem de agora conseguir rir dos tombos e das próprias dificuldades.
Sofri com meus contemporâneos mudanças drásticas desde a educação repressora da geração anterior, até a adaptação rápida para acompanharmos a que nos sucedeu. O papel que desempenhamos, e principalmente para nós mulheres, mudou muito e rapidamente, o que nos revigorou e nos permitiu uma “vida útil” prolongada; felizmente não se fazem mais avós como antigamente....elas amam e cuidam com a mesma intensidade, porem com outra energia e é com essa energia que quero viver os anos que me restam; não só como avó ,mas como mulher, como gente que ama a vida!
Medo de morrer? Todos têm....Mas não é minha grande preocupação; o que me preocupa é perder essa energia, essa cumplicidade com a vida....e não me refiro somente à felicidade; tristezas, dissabores, dores também me fazem sentir viva....Como Ruben Alves:_”Resta quanto tempo? Não sei. O relógio da vida não tem ponteiros. Só se ouve o tique-taque....Só posso dizer Carpe Diem -colha o dia como um morango vermelho que cresce à beira do abismo. É o que tento fazer”. Eu também!!!
Li em algum lugar que temos um ar de despedida em tudo o que fazemos; e não é assim? Nos despedimos à cada instante, de cada instante vivido. Que todos eles sejam vividos intensamente porque se vão! ” Aunque terrible es compreenderlo, la vida se hace em borrador, y no nos es dado corregir sus páginas”. (Ernesto Sabato).
Uma das grandes alegrias da “maior idade”, é o grande numero de amigos que acumulamos pela vida afora.....E é à vocês que dedico as flores (orquídeas, minhas preferidas), minha idade nova e minha incansável capacidade de amar....

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