LEIAM
SE QUISEREM, E REFLITAM: " JOANA, 17 ANOS.”
– A VOZ DO LOCUTOR DISSE. A
LISTA DAS VÍTIMAS ESTAVA SENDO LIDA EM ORDEM ALFABÉTICA QUEM QUISESSE
OUVIR NA PORTA DA BOATE. ONTEM, DIA 27 DE JANEIRO, ELA HAVIA COMPRADO OS
INGRESSOS PARA IR JUNTO COM OS AMIGOS À FESTA QUE SERIA A PRIMEIRA DO
ANO. O PAI PROIBIU, “AQUELE LUGAR NÃO É
SEGURO, FILHA" MAS ELA FOI, AFINAL NÃO TINHA NADA A PERDER. COLOCOU O
MELHOR VESTIDO, SE MAQUIOU, CALÇOU O SALTO 15 E PENTEOU OS CABELOS
LONGOS O PAI A LEVOU E FICOU ESPERANDO NA PORTA. NÃO QUERIA SAIR DE LÁ.
JÁ TINHA UM MAL PRESSENTIMENTO. ÀS DUAS DA MANHÃ O TUMULTO COMEÇOU.
FUMAÇA, GRITOS, CONFUSÃO. O PAI SAIU DO CARRO ÀS PRESSAS E FOI BARRADO
NA PORTA AO QUERER SABER O QUE ESTAVA ACONTECENDO. “NINGUÉM ENTRA SEM
PAGAR” O SEGURANÇA FALOU “MINHA FILHA ESTÁ AI, QUERO SABER O QUE ESTÁ
ACONTECENDO!” “NÃO ESTÁ CONTECENDO NADA, SENHOR. AS COMANDAS SERÃO PAGAS
E LOGO, LOGO, ELA VAI PODER SAIR”. DA PORTA, O PAI VIU O ESPELHAR DO
VESTIDO DE LANTEJOULAS DA FILHA. A VOZ DELA GRITANDO QUE PRECISAVA SAIR E
SÓ SE OUVIA “SE NÃO PAGAR, NÃO SAI!" “MOÇO, TUDO ESTÁ PEGANDO FOGO, O
SENHOR QUER ME COBRAR?” DE FORA, O PAI BERRAVA TENTANDO QUE A MENINA
ESCUTASSE, E NADA. MINUTOS DEPOIS, A VOZ DELA SE CALOU EM MEIO AOS
GRITOS. OS CABELOS CLAROS CAÍRAM A FESTA PAROU, A MÚSICA TINHA ACABADO.
OS CELULARES COMEÇARAM A TOCAR, O CELULAR DE JOANA TOCAVA SEM PARAR. ERA
O PAI QUE LIGAVA, DESESPERADO. “VOCÊS NÃO ME DEIXARAM SALVAR A MINHA
FILHA! VOCÊS MATARAM ELA!” ELE GRITAVA COM OS SEGURANÇAS O ROSTO DA
MENINA, APAGADO, ESTAVA DENTRO DA BOATE, MISTURADO COM OUTROS OS
FAMILIARES COMEÇARAM A CHEGAR, AS LAGRIMAS, OS GRITOS, OS TELEFONES
TOCANDO ERA ISSO QUE SE OUVIA. OS CELULARES TOCANDO. TODOS. DENTRO DA
BOATE, FORA AS PESSOAS MORTAS E OS CELULARES TOCANDO EM SEUS BOLSOS. AS
PORTAS SE ABRIRAM E O PAI ENTROU APAVORADO, PUXANDO JOANA PARA FORA. ELA
JÁ HAVIA MORRIDO, NÃO QUEIMADA, MAS INTOXICADA EU ROSTO ESTAVA
PERFEITO, DOCE E ANGELICAL. A MAQUIAGEM AINDA BRILHAVA. O PAI CHORAVA, E
NÃO DESGRUDOU DO CORPO DA FILHA. A BOLSA DA MENINA ESTAVA ABERTA, O
CELULAR TOCAVA, E ERA A MÃE. “ELA MORREU”, O PAI DISSE. E OS DOIS
CHORARAM PELO TELEFONE. PELA MANHÃ, OS CORPOS FORAM IDENTIFICADOS E
JOANA FOI ENTERRADA. A DOR QUE PODERIA TER SIDO POUPADA SE ELA TIVESSE
ESCUTADO O PAI, VIROU SOLIDARIEDADE COM AS FAMÍLIAS QUE PASSAVAM PELA
MESMA SITUAÇÃO. NA BOLSA DE JOANA FORAM ENCONTRADOS O CELULAR, SEUS
DOCUMENTOS E UM PAPEL QUE DIZIA ``PAPAI E MAMÃE TE AMAM, PRA SEMPRE.” E
JOANA SE FOI.´´
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