A punição de padre Beto...
Dom Frei Caetano Ferrari e o Conselho de
Presbíteros da Diocese de Bauru tiveram de juntos tomar uma dolorosa
decisão de punir o padre Beto com excomunhão, por desobediência e ensino
de falsas doutrinas no campo da fé e da moral, depois de advertido
muitas vezes e por longos quatro anos.
É uma difícil decisão que tiveram de
tomar porque infelizmente o padre Beto preferiu ficar consigo mesmo, e
com o mundo, ao invés de ficar com a Igreja e seu Pastor.
Sabemos que é muito duro lutar contra a
heresia porque é uma luta contra os próprios irmãos, que não querem
seguir o caminho da verdade e de Deus. São Paulo nos lembra bem o múnus
do Bispo, quando se despediu dos bispos de Éfeso, em lágrimas:
“Cuidai de vós mesmos e de todo o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue.
Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis,
que não pouparão o rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de
proferir doutrinas perversas, com o intento de arrebatarem após si os
discípulos.” (At 20,28-29)
Em todos os tempos, como hoje, a Igreja
teve de lutar contra os seus filhos rebeldes, soberbos, orgulhosos e
prepotentes, que se acharam melhores, mais sábios e doutos que a Santa
Mãe Igreja e seu Sagrado Magistério, assistido e guiado infalivelmente
pelo Espírito Santo. Foram muitos, em todos os tempos, e lhe deram muito
trabalho e sofrimento.
Diz o Catecismo da Igreja que:
“Para manter a Igreja na pureza da fé
transmitida pelos apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma
participação em sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade (§889).
“O ofício pastoral do Magistério está, assim, ordenado ao cuidado para
que o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta.”(890)
Os hereges impenitentes separam a
caridade da verdade e se esqueceram do que ensinou Bento XVI na “Caritas
in veritate”: “Caridade sem verdade é sentimentalismo”; ou como ensinou
Santo Agostinho: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se
sacrifique a verdade em nome da caridade”.
O cajado (báculo) do Bispo não é um
enfeite litúrgico, mas o sinal sagrado de sua vigilância sobre o Rebanho
que “o Senhor conquistou com seu sangue”. Se o Pastor não usar o cajado
contra o lobo, este mata as ovelhas. São Tomás de Aquino dizia que
falsificar a doutrina é muito pior do que falsificar a moeda; enquanto a
moeda falsa destrói a economia, a heresia mata a alma e leva para o
inferno.
Ao apresentar o Catecismo da Igreja, em
1992, pela Constituição Apostólica “Fidem depositum” o Papa João Paulo
II disse em sua introdução: “Guardar o depósito da fé é a missão que o
Senhor confiou à Sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos”. E nós
sabemos que isso nunca foi fácil à Igreja; houve muitos cismas,
apostasias e heresias.
Hoje a Igreja é desafiada, profanada e
ofendida de muitas formas porque sustenta e ensina o que Cristo
ordenou; enquanto essas mazelas vêm de fora do Rebanho, são
compreensíveis porque “o mundo jaz no Maligno”, mas não podemos
suportá-las quando acontecem dentro do redil do Senhor.
Um Padre não é ordenado para ensinar
suas “opiniões pessoais”, e sim para propor o que a Santa Igreja ordena.
Ele é mantido à custa da Igreja e do dinheiro do povo, então, deve ser
coerente com a fé da Igreja. Se ele não quiser ser católico e Padre é
decisão dele. Mas que tenha, ao menos, o respeito para com a Igreja que o
alimentou com “o leite e a carne” das ovelhas.
Caro Dom Caetano, todos sabemos o quanto
dói a um pai ter de corrigir severamente a um filho para que não morra,
o coração fica ferido; mas esperemos na fé e na oração que o filho
volte arrependido à casa paterna. A excomunhão não é irreversível, pode
ser levantada se o filho volta arrependido à Igreja.
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